Contraluz - Amarelonegro Arte Contemporânea [RJ, 2009]

by - julho 14, 2017


A sensação de isolamento em meio à multidão, a falta de comunicação no espaço urbano e a ausência de identidade da pessoa que se vê cercada de iguais tão diferentes. São esses os temas do trabalho de Raul Leal e é essa a mensagem que toma por completo o espectador de suas obras. Em “Contraluz”, a partir de 12 de agosto de 2009 na galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Raul revela um olhar que busca distanciamento do ser humano para falar da solidão. Baseado em suas percepções do cotidiano urbano, o artista mostra cinco pinturas, feitas com óleo e acrílica sobre tela, e oito gravuras em preto e branco.


“Contraluz” é a primeira individual de Raul. Formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 2006 o artista participou de sua primeira exposição coletiva na própria Escola, “Imagem, do desenho aos outros meios”. No mesmo ano, expôs na “Universidarte XIV”, na Universidade Estácio de Sá. Em 2007, participou de “Transfiguração”, na Estácio, “Ver e ser visto”, no Espaço Repercussivo, “Quatro do Parque”, na FESP, “Sobre as distâncias”, no Galeria Café, e uma coletiva”, na galeria Amarelonegro. No ano seguinte, mostrou seu trabalho em “Novíssimos”, na galeria de arte do IBEU, em que ganhou o prêmio de Melhor Trabalho da Mostra, “Novíssimos II”, no Solar do Jambeiro, em Niterói, “Processos”, na EAV do Parque Lage, “NÀU”, no Instituto dos Arquitetos do Brasil e “Bebel Tiquira”, também na EAV. Este ano, participou de “Arte3”, na galeria Anna Maria Niemeyer, e da “SP Arte 2009”, em São Paulo. Das telas expostas em “Arte³”, duas foram compradas por Gilberto Chateaubriand para o acervo do MAM-Rio.


A técnica utilizada por Raul nas pinturas começa com a fotografia. Ele utiliza fotos do cotidiano da cidade, manipula digitalmente removendo os elementos que considera excessivos e tira dessa imagem digital a ideia para a obra. Já as gravuras são concebidas pelo processo contrário. A pintura é fotografada e trabalhada de modo a deixar o mínimo de informação possível. A gravura é justamente a impressão dessa foto depois de modificada.

“Na pintura de Raul Leal, o espaço é luminoso como a solidão na cidade. Como trechos de um filme exibidos quadro a quadro, cada imagem sugere uma seqüência temporal. Homens e mulheres aparecem de passagem, cortando paisagens urbanas das quais restam apenas poucos elementos. Em ‘Circunstâncias’, diante do infinito aberto no horizonte, a imagem retém apenas silhuetas que, contra o branco do papel, marcam o foco do artista-observador. Um caminhante segue para fora do enquadramento da imagem. Na seqüência, traves de futebol, estacas e bancos contracenam com figuras reduzidas pela luminosidade a fantasmas em negativo, ecos da presença de corpos no vazio. Um olhar posicionado à distância observa a coexistência dos objetos, das árvores e de alguém que passa sem perceber que está sendo observado. No brilhante vácuo que se abre entre a silhueta de uma árvore e um corpo entrevisto na contraluz, o isolamento parece natural e incômodo”, afirma a crítica Luiza Interlenghi.


Exposição: de 11 de agosto a 19 de setembro de 2009

Amarelonegro Arte Contemporânea
Rua Visconde de Pirajá, nº 111, Loja 2 - Ipanema, Rio de Janeiro

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